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Footing no tamarindeiro

Por motivos desconhecidos uma planta originária da savana africana, cultivada em larga escala na Índia, atravessa o oceano e vem parar no Brasil. Seu nome científico é Tamarus Indica, do árabe “tamr hindī”, que pode ser traduzido para o português como “tâmara da Índia”. E também por razões não sabidas uma muda de tamarindeiro foi plantada na praça Barão do Rio Branco, no centro de Bebedouro – SP, entre o fim do século XIX e início do século XX. Mal sabiam os moradores da época que tantas histórias floresceriam junto ao pé de tamarindo da praça.

A data do plantio do tamarindeiro é desconhecida, mas muitos acreditam que ele tenha mais de 100 anos. Sarah Cardoso, diretora do jornal Gazeta de Bebedouro, é uma das pessoas que acreditam no centenário da árvore. Ela faz suas contas com base nas datas de fundação da cidade, já com 130 anos, e de seu jornal, que comemora 90 anos em 2014. Sarah diz que circula pela cidade dois nomes como possíveis plantadores do tamarindeiro, um fundador de Bebedouro, Francisco Inácio, e um dos primeiros médicos da cidade, Dr. Bahia.

Já tendo se tornado uma árvore frondosa o tamarindeiro passou a ser palco de diversos encontros. Sua sombra, beleza e imponência estimulavam (e estimulam até hoje) os pais a levar seus filhos para brincar ao pé da árvore.

Mas antes que os filhos viessem ao mundo, os casais já praticavam o chamado footing embaixo do tamarindeiro. Foi construído um banco em formato circular em volta do tronco da árvore, onde sentar para namorar naquela época se tornou comum. Segundo Sarah, a prática de footing reunia moços que sentavam no banco para admirar o desfile descompromissado das moças. Essa era uma espécie de paquera coletiva bastante comum naquele tempo.

Hoje a árvore se impõe na paisagem urbana com suas largas dimensões e uma grande sombra que se estende até a rua e ao comércio. Neste ano, o tamarindeiro novamente será palco de um feito histórico. A árvore protagonizará o Circuito Sesc de Artes 2014, que acontece na praça Barão do Rio Branco no dia 25 de abril.

Você que tem boas lembranças dessa árvore, conte aqui suas histórias vividas ao pé do tamarindeiro.

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Texto e foto: Anderson de Carvalho

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