B-boy tipo exportação
Moleque. Com 10 anos ele decidiu trocar as acrobacias que vinha aprendendo na ginástica artística para aplicá-las no breakdance – popularmente conhecido no Brasil como dança de rua. E hoje, com 21 de idade, já é um dos maiores orgulhos de Adamantina. Ele é um b-boy, ou seja, aquele que dança o break.
Moleque responsável. O b-boy Fernandinho, nascido Fernando Henrique Pereira, natural da própria cidade, morador por muitos anos da Vila Jamil de Lima, vulgo Morro do Macaco, hoje não só dança como se orgulha em poder viver da arte e ajudar crianças e jovens a trilhar o mesmo caminho, uma vez que ensina seus passos em projetos sociais e na Fundação Casa.
Moleque tipo exportação. Focado em se apresentar no exterior, ele tem dedicado este ano a competir por vagas “lá fora”, como Fernandinho mesmo descreve. Em competição recente de duplas (2 vs 2), ele e o colega de Presidente Prudente, Eduardo Chaves Cordeiro (Duh), ficaram em segundo lugar e “bateram na trave” para descolar uma viagem à Europa. Mas não desanimaram e no duelo seguinte obtiveram a tão sonhada vaga para se apresentarem na Itália representando sua cidade e sua equipe, a Super Star B-Boys.
“Comecei na ginástica olímpica, num projeto social da escola, e o professor também dava aulas de dança, aí aprendi alguns passos de dança de rua e não parei mais. Eu era moleque e já pesquisava sobre o assunto, me encantei mesmo com o mundo do hip-hop. Tenho orgulho de poder viver da dança, em poder ajudar a molecada a ter uma perspectiva através da dança e sonho um dia abrir uma companhia em Adamantina para continuar retribuindo tudo o que a cidade faz por mim”, discursa o moleque, já pensando nos próximos passos.
“Moleque cabeça”, ele vai fazendo a Terra girar com seus movimentos que desafiam a anatomia e a gravidade, com seu Nike assoviando no piso a cada manobra, com cada passo sendo mais um passo a diante. É moleque de tudo, 21 anos. E que continue assim. A molecagem está dando certo…
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Texto: Thiago Ferri | Fotos: Arquivo pessoal Fernandinho