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História dupla de amor

Poderia começar logo de cara parafraseando Evandro Mesquita e dizer que “Essa é mais uma das manjadas histórias de amor”. Porém é isso e muito mais porque envolve carros e máquinas. Parece um roteiro de filme de Hollywood mas estou falando de um museu…O Museu de Armas, Veículos e Máquinas Eduardo André Matarazzo (conhecido como Museu do Automóvel). Acredito piamente que este museu situa-se em Bebedouro por causa do amor. E, nesse caso, foi amor em dose dupla – a primeira vez foi o amor do homem pela máquina, uma paixão antiga que revela seus sintomas desde a tenra infância e aumenta com o passar do tempo tomando dimensões gigantescas. Falo de algo quase místico que liga muitos homens às invenções mecânicas, ao barulho dos motores, ao risco da velocidade. O senhor Eduardo A. Matarazzo era desses – um grandes apreciador de motores.

A segunda estocada de cúpido nessa estória foi a que levou o museu que ele criara em São Paulo para a tão longínqua Bebedouro – sua mulher era de família bebedourense e a ida do museu à cidade certamente poderia atrair turistas e investimentos. Em 1969, através de um convênio com a prefeitura, foi construído um prédio para abrigar a coleção de carros antigos que não parava de aumentar, incluindo outras máquinas e até aviões! Com o passar dos anos e com a transferência definitiva de Eduardo para Bebedouro, a coleção já contava com locomotivas, caminhões, tanques de guerra e máquinas antigas de todos os tipos. Talvez o que diferenciava a paixão de Eduardo Matarazzo de um colecionador comum era o fato que ele não apenas colecionava máquinas, mas as restaurava, tinha um gosto peculiar em trazer antigas peças á vida, como se quisesse recuperar o que o tempo consumia, algo que estava muito além de um mero hobby – era verdadeiro amor.

Entre tantas peças históricas e interessantes, pode-se citar a Packard Limousine que foi utilizada por presidentes da República; ou o avião T6, de matrícula FAB 1339, preservado ainda com as cores da Esquadrilha da Fumaça! “Direto do túnel do tempo!”

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Texto: Paola Brunelli

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