Quem gosta da ginga e da cultura da capoeira e já passou ou vive no município de Franco da Rocha, com certeza conhece o Mestre Costinha. Dos cinquenta anos de vida, trinta foram dedicados à arte marcial.
A paixão pela capoeira começou cedo. “Quando ainda era criança, aos 12 anos, comecei a me interessar. Vim de uma família muito carente e sempre gostei de praticar esportes, mas não tinha apoio, principalmente do meu pai. Daí eu me escondia no mato e ficava fazendo as movimentações da capoeira, foi assim que comecei”.
Depois de um tempo, o envolvimento do franco-rochense só aumentou. Aos, 20 anos, Mestre Costinha já trabalhava ministrando aulas de capoeira na região. Ele explica que não trabalha apenas na formação de um atleta, mas que antes de tudo realiza um trabalho de formar cidadãos. Costinha faz um trabalho com jovens de 7 a 14 anos e sempre menciona a importância da atividade para o aprendizado sobre respeito, interesse ao próximo e até mesmo para os benefícios para a saúde.
Faz 4 anos que ele desenvolve também um trabalho com crianças que tem síndrome de down. “A cada dia me surpreendo mais com a capacidade deles, é um trabalho realmente gratificante”, diz. E para ele as aulas de capoeira não devem ser superficiais. “Nas minhas aulas não ensino apenas os movimentos básicos, tem também o Maculelê, a Jogada de Rede, o Samba de roda, e o instrumental. Eles precisam saber de onde vieram os instrumentos, e o que a capoeira significa, precisam entender a riqueza dessa cultura“.
O mestre de capoeira Costinha, ainda diz que de verdade o que é necessário para o título de mestre na realidade é a responsabilidade, o amor ao próximo, a humildade e claro, o tempo.
__
Texto: Renata Dantas | Foto: Divulgação