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O rio que cavou a pedra

Taiguara, um bravo guerreiro da tribo guaianãs se apaixonou por Uariri, a mais bela e formosa índia de toda tribo.

Para encantar a sua Uariri, o jovem guerreiro mergulhava, todas as tardes, em um tranquilo rio às margens da aldeia, para encontrar pedrinhas douradas e provar seu amor pela jovem encantadora.

Certo dia, Taiguara, em sua busca pelas pedrinhas, bateu a cabeça em uma pedra pontiaguda nas profundezas das águas e desapareceu, porém o seu sangue acabou tingindo o rio. Uariri vendo o episódio se apavorou e se jogou na água também e desapareceu nas profundezas.

À noite, enquanto os índios lamentavam, Uirapuru (Deus dos Pássaros), levou até Tupã (Deus do Trovão ) o triste ocorrido. Tupãdecidiu se vingar do rio. Ouviu-se um estrondo e a terra tremeu, Jací (a lua) apavorada escondeu-se entre as nuvens negras enquanto a terra se abria e as águas se refugiavam entre as pedras, os índios se atiravam no chão com medo da ira de Tupã e gritavam: Itararé, Itararé! Explicando a Tupã que o rio já havia se escondido entre as pedras.

“Durante gerações essa lenda foi contada para mostrar a grande vergonha do rio que carregou os jovens enamorados e cavou o profundo caminho entre as pedras.”

A Gruta da Barreira, conhecida também como Gruta da Santa, Gruta das Andorinhas ou Gruta Subterrânea, encanta os visitantes por sua beleza, lendas e crenças nela apropriadas.

O Rio Itararé, marco divisório entre os Estados de São Paulo e Paraná, se estreita para seguir seu curso entre as fendas da gruta e ao percorrer as trilhas percebe-se o “choro das pedras” -uma nasceste de água entre os paredões rochosos.

Também como lugar de peregrinação, a gruta recebe fiéis que asseguram ver a imagem de uma santa sobre um ponto de águas calmas do turbulento rio. Em 1993, a igreja introduziu a imagem de Nossa Senhora de Lourdes em um dos seus pontos.

Ao entardecer, é possível contemplar a revoada das andorinhas que voam e pousam no interior da gruta para dormir e ficam “invisíveis” pois os olhos não conseguem distinguir os pássaros das rochas.

Uma tradição da cidade é levar os visitantes para beberem a água da gruta, pois dizem que todos que bebem da água, retornam a Itararé.

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Texto e foto: Indiara Duarte

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