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O caso da abdução em Mirassol

Mirassol, madrugada do dia 28 junho de 1979. Antônio Carlos Ferreira, um jovem negro de 21 anos, cumpria normalmente sua rotina de trabalho. Acompanhado do pastor alemão Hogue, era responsável pela vigilância noturna na construção de uma indústria moveleira. O que Antônio Carlos não imaginava é que depois daquele dia, ele entraria para história da ufologia brasileira como protagonista de um contato imediato de 4º grau, nível que indica uma abdução por alienígenas.

Por volta das três da manhã, o vigia picou seu cartão de ponto, tarefa que deveria cumprir de 15 em 15 minutos, e continuou sua ronda. Foi quando avistou uma esfera luminosa vinda do céu pousando ao fundo da construção. Caminhou até o local e lá se deparou com um objeto ovalado, apoiado por um tripé. De dentro dele, saíram três seres de baixa estatura, com cabeças enormes e olhos grandes, desproporcionais ao corpo. Usavam capacetes e vestiam trajes espaciais, como os de um astronauta. Hogue tentou atacá-los. Um deles segurava uma pequena caixa que emanou um raio de cor vermelha, atingindo-o e desmaiando o cão. Em seguida, a caixa disparou contra Antônio Carlos. Paralisado, ele sentiu como se flutuasse rumo ao interior do objeto voador. Lá dentro, ainda imóvel, ouviu um estrondoso zunido provocado por sua decolagem.

Horas depois, Antônio Carlos acordou no mesmo local onde avistara os hominídeos. Não se lembrava de praticamente nada que acontecera no interior da nave. Havia um sinal de queimadura em seu braço esquerdo e uma picada, como a de uma agulha, no direito. Parte de suas roupas estavam rasgadas e ele sentia seu corpo formigar.

Quando chegou em casa, sua mãe, Dona Guaraçay, notou o estranho comportamento do filho, e insistiu para que ele lhe contasse o motivo. O jovem narrou à mãe o que se lembrava da experiência e afirmou estar “muito contente” pelo ocorrido. Desconfiando da história e suspeitando que o filho estava tendo alucinações após uma experiência de roubo, Dona Guaraçay procurou a polícia. Os policiais vasculharam a construção e não avistaram nenhum sinal de crime. Encontraram, porém, algumas provas que favoreciam a história de Antônio Carlos: uma marca circular deixada no chão da obra; o cachorro Hogue, que apesar de treinado, não obedecia aos comandos, e o cartão de ponto do vigia, com um intervalo de duas horas sem marcação.

Não demorou para que a história se espalhasse. Alguns vizinhos disseram ter ouvido barulhos parecidos com reatores elétricos ou mesmo avistado luzes vindas da direção da sede da indústria naquela madrugada. Rapidamente, ufólogos e parapsicólogos de São José do Rio Preto se dirigiram à Mirassol para estudar o caso.

Antônio Carlos só se recordaria de tudo o que ocorreu naquela noite dois meses depois, quando concordou em participar de uma regressão. Foram realizadas duas sessões, e os fatos narrados eram espetaculares e ricos em detalhes. Entre os experimentos realizados dentro da nave, o que mais chama a atenção aconteceu em uma espécie de divã, onde os alienígenas o teriam imobilizado e o obrigado a ter relações sexuais com uma fêmea. Antônio Carlos relutou, pois, segundo sua descrição, a alien tinha mau hálito e aparência grotesca. No entanto, seus esforços foram inúteis diante dos recursos tecnológicos dos tripulantes. Após o ato, ele foi avisado telepaticamente que a alienígena geraria um filho seu, um híbrido que seria utilizado em estudos. Não foi dito a Antônio Carlos porque ele fora escolhido para esta experiência, mas ufólogos acreditam que a cor de sua pele e seus hábitos noturnos tiveram papéis determinantes na escolha.

Mais abduções aconteceram nos anos seguintes envolvendo o vigia. Em uma delas, conta que foi apresentado ao seu filho e que ele era fisicamente parecido com a mãe. Em outra visita, foi aconselhado a parar de fumar e a não se casar em cerimônia religiosa (estava noivo e às vésperas do casamento).

Um fato que reforça a convicção dos especialistas envolvidos no caso, conhecido como “O Caso Mirassol”, é que Antônio Carlos vinha de uma família muito humilde, era semianalfabeto (escrevia apenas seu nome) e não tinha acesso à obras de ficção científica ou material sobre ufologia. Deduziu-se que ele não teria o conhecimento necessário para inventar histórias tão detalhadas.

O último contato relatado por Antônio Carlos aconteceu em 1988. Mas até hoje, mais de trinta anos após o primeiro contato, “O Caso Mirassol” ainda é investigado e debatido em encontros de ufologia no Brasil e no exterior.

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Texto e Foto: Jeff Santaniello

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