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A festança dos reis

Uma linda estrela brilhou no céu anunciando que o menino Jesus havia nascido naquela noite. Três reis seguiram na direção da estrela, viajaram por noites e dias, até encontrarem a criança. Os nobres reis reverenciaram e presentearam com ouro, incenso e mirra ao Príncipe da Paz.

É bem provável que você tenha reconhecido essa história, a do nascimento de Jesus e da visita feita pelos Três Reis Magos. Ainda que a Bíblia não traga detalhes sobre quem seriam esses reis, e nem se realmente seriam três – quantidade que se supõe tendo em consideração o número de presentes ofertados à Jesus; também foram atribuídos a eles os nomes de Melchior – Rei da Pérsia, Baltazar – Rei da Arábia, e Gaspar – Rei da Índia, pois esses seriam os Santos Reis. Considerados bem-aventurados, a história dos Três Reis Magos é amplamente difundida no Ocidente.

Acredita-se que após longa viagem os reis chegaram até o menino Jesus no dia 06 de Janeiro. Daí, a data ser conhecida como o Dia de Reis. Essa é a origem também da Folia de Reis, uma verdadeira festa que anualmente relembra a visita dos Três Reis Magos. Estudos apontam que tal celebração teve origem em Portugal, no século XIII com danças, homenagens aos Santos Reis e distribuição de alimentos aos pobres.

Na simpática cidade de Palmital, localizada a 418 km da capital paulista, a Folia de Reis não é só mais uma comemoração, na verdade, é uma grande, enorme festa que, atualmente, chega a atrair aproximadamente 30 mil visitantes ao município.

Todo ano, quando novembro se aproxima, a cidade toda já começa a se agitar em torno dos preparativos da festa. A partir de 26 de dezembro, logo um dia após o Natal, os moradores iniciam a campanha de arrecadação de alimentos como arroz, feijão, batata e outros. Os mantimentos doados se tornam o banquete de milhares no dia da Festa de Santos Reis que na cidade acontece sempre no primeiro sábado seguinte ao dia 6 de janeiro.

A festança que inicia de manhã e dura todo o dia é itinerante, pois a cada ano é realizada na casa de um “festeiro” diferente, e conta com a ajuda de toda a cidade. Mais de 500 pessoas trabalham todos os anos na preparação da comida e da festa em si. Reza a tradição que aquele que comer na Festa, não passará privação de comida por todo o ano que segue.

A tradicional festa de Palmital tem como ponto alto o encontro das bandeiras Anhumas, Faceiros e Três Ilhas, nomes que correspondem à origem de bairros rurais do município. Entre violeiros, cantoria e as vestimentas coloridas dos guardiões do menino Jesus, a confraternização culmina com o encontro dos grupos em torno do presépio, com união dos estandartes, e a contação da história do nascimento do Salvador em forma de poesia.

Os itens que são arrecadados, mas não utilizados no dia da festa se tornam cestas básicas que são doadas para entidades assistenciais e também para famílias carentes da cidade. Assim, há mais de 80 anos, Palmital segue mantendo viva a cultura da Folia de Reis, unindo o respeito às tradições religiosas, ao folclore e à cultura com a solidariedade e diversão.

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Texto: Mirele Ribeiro | Foto: Divulgação