Dez da manhã. Essa era a hora combinada para chegar em Paraibuna, uma das cidades que recebeu o Roteiro 11 do Circuito Sesc de Artes 2015.
Onze da manhã. Cheguei, depois de me perder e andar quilômetros a mais por conta de uma obra na entrada principal da cidade. Nota mental: GPS.
A ideia era encontrar a Fundação Cultural, falar com o pessoal sobre a divulgação que estaríamos fazendo, e escrever sobre algo que só tivesse na cidade, uma história, um local, alguém que a população conhecesse para se identificar no texto. É a forma de alcançarmos o público acolhedor que recebe nossa programação por apenas um dia, com tanto carinho.
Falaram-me muito do cemitério que tem a famosa frase em seu portão: Nós que aqui estamos por vós esperamos. “Como faço para chegar lá?”, perguntei.
Claro, me perdi de novo. Mas sabe quando você sente que se perde para se achar? Em cima de um morro, o terreno íngreme guarda “aqueles que nos esperam”, em várias lápides, de diversos tipos e materiais, com uma pequena capela logo na entrada, em frente ao portão. Portão esse, aliás, que impõem, não só pela frase. Peças grandes e robustas forjadas em ferro de um tempo já passado.
E reza (isso, é bom rogar mesmo) a lenda que se você ficar em cima do pentagrama na escadaria da entrada é o próximo a ser enterrado ali. Tirei a foto, porém não quis testar se tal história é verdadeira.
Mas o que chamou minha atenção, além das belas peças que adornam os túmulos e da vista da cidade lá de cima, foram as flores – aquelas que sempre vemos em cemitérios.
Flores artificiais que por conta do clima, tempo e dinheiro acabam sendo a escolha da maioria das pessoas que prestam homenagens ou presenteiam seus queridos falecidos.
Flores de plástico. Não as naturais. Elas morrem.
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Texto e fotos: Danilo Cava