Tem coisa mais incrível que descobrir novos sons? Ouvir pela primeira vez aquela música que a gente sabe na hora que vai repetir mil vezes na playlist?
A “buena onda” é tamanha que, pra alguns, a busca por novas sonoridades vira uma verdadeira missão. Mary G é dessas. Mas a DJ e pesquisadora musical é generosa: ela tem compartilhado seu garimpo pelas cidades por onde passa com o Circuito Sesc de Artes. Música brasileira ao jazz, passando pelo soul, rap e pelo funk dos anos 1970 dão o tom das pick-ups da Mary.
Subimos no ônibus amarelo para compartilhar o fone de ouvido e trocar uma ideia com ela, chega junto! Ah, e nem precisa pedir, a gente compartilha no final da entrevista a seleta da Mary G com vocês! Obrigada, de nada! 😉
Como você se tornou DJ, de onde surgiu a sua paixão pela música?
A paixão pela música, acho que vc já nasce com ela, (risos). Me tornei DJ num momento da vida em que as coisas não tinham mais muito sentido pra mim. Até eu começar a tocar, trabalhar com música, aí tudo clareou.
Como é o seu processo de criação de sets? Como você descreveria a sua pesquisa e produção para a gente?
O processo tá em tudo: no cotidiano, na vida, na pesquisa, no garimpo, nas notícias. Tudo serve de inspiração, depende do nosso estado de espírito, do como a gente quer se comunicar naquele dia.
Você aponta influências bem específicas dos anos 70, como o funk e o soul. Tem algum artista favorito da época?
Alguns muitos e muitas (risos). Gil Scott-Heron, James Brown, Nina Simone, Curtis Mayfield, Steve Wonder, Tim Maia, Mary Lou Willians, Ann Peebles, Aretha Franklin, Martha Reeves, Marvin Gaye. A lista é infinita.
Durante o Circuito, você vai estar viajando com o grupo Mutrib. Já conhecia o trabalho deles? Qual a sua expectativa em relação a isso?
Ainda não conhecia, achei incrível quando ouvi pela primeira vez.
Falando no Mutrib, eles possuem referências que vão da música turca, cigana e egípcia. Você conhece algo desses países, isso passa pela suas pesquisas?
Sim, isso passa pela minha pesquisa quando encontro nesses estilos alguma influência do jazz, da música brasileira, música africana, etc.
Bem, além de músicos que se inspiram na cultura cigana, vamos receber artistas que conversam com música balcânicas (Cao Laru) e latina (Mango Mango).
Pedimos que fizesse uma playlist baseada nessa mistura de estilos, o que você achou do desafio?
Achei maravilhoso, descobri um monte de música boa que não conhecia e novas versões de clássicos que eu gosto.
Por fim, você conhece ou já ouviu falar de alguma das cidades em que vai passar (Ilha Comprida, Iporanga e Itariri)? Quais as suas expectativas?
As expectativas são sempre as melhores. Empolgada!
Curta a playlist preparada por Mary G:
Texto: Aline de Castro